quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Seja Bem V I N D O Bruxo!!!

Bruxo, te envio uma chuva de inspirações para inundar seus pensamentos para novas criações!
Seja Bem Vindo... E que nos traga novas emoções!
Não podia deixar de te homenagear após um longo tempo em silêncio e de reflexão interior.
Faço minha as suas palavras: "Com este olhar ultrapassas mais um obstáculo em rumo aos seus objetivos, aceitas as críticas que antes para ti era como caminhar em espinhos.
Tudo podes, foi bom este seu retiro, te fez conhecer os moradores das sombras e os habitantes dos céus, o Bruxo volta com o espírito de mãos dadas com a razão!"
Dedico a ti o Soneto do Amigo e, o selo acima para levares contigo...

Soneto do Amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

"Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só." Almir Klink


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pipocas da Vida


Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.

Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo!

Sem fogo o sofrimento diminui.

Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si.

Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.

Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.

Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.

No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.

Não vão dar alegria para ninguém.

Deus é o fogo que amacia nosso coração, tirando o que nele há de melhor!

Acredite que para extrairmos o melhor de dentro de nós temos que, assim como a pipoca, passar pelas provas de Deus.

Talvez hoje você não entenda o motivo de estar passando por alguma coisa...
Mas tenha certeza que quanto mais quente o fogo mas rápido a pipoca estoura.

Retirado do livro "O amor que acende a lua" de Rubem Alves.

"Tem muito milho de pipoca por aí, que acha que nada pode fazer mudá-los. Às vezes a dor ou o amor, podem sim, transformar esse milho em pipoca, mas depende muito da vontade mudar!"

Pipocas da Vida nos mostra uma ótima reflexão sobre a vida e que ao final nos deixa a dica de que tudo depende de nós mesmos... Este texto do Rubem Alves nos mostra com clareza como as coisas acontecem em nossas vidas, que por muitas vezes os momentos difíceis são apenas uma fase pela qual teremos que passar para alcançar algo muito esplêndido depois, tudo só depende de como nos comportaremos diante das variadas situações...

Todos nós precisamos passar pelo fogo da vida e assim, então, deixamos de ser um milho duro e nos transformamos em uma linda pipoca…

By Si Arian

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Procura-se a Fórmula da Felicidade...

Procura-se a fórmula da felicidade...
Já ouvi que isso é caso de vocação... e coragem...
pra abrir mão de certas coisas:
do tempo não apreciado,
da pressa, das reclamações,
e dos grandes projetos...
Sim, disseram-me ainda
que é preciso sorver as
alegrias em pequenos goles,
aceitar mais:
a ajuda, o abraço e até o adeus,
pois o infinito pode ser instante em que
o fim se faz começo.

(Basilina Pereira)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Vencedor Leva Tudo

Eu não quero conversar,
Sobre as coisas que nós passamos
Embora isso me machuque,
Agora é passado
Eu joguei todas as minhas cartas,
E foi o que você fez também
Não há mais nada a dizer,
Nenhum ás a mais a jogar
O vencedor leva tudo,
O perdedor fica menor
Ao lado da vitória,
Está o seu destino
Eu estava em seus braços,
Achando que ali era o meu lugar
Eu achava que fazia sentido,
Construindo-me uma cerca
Construindo-me um lar
Achando que seria forte lá
Mas fui uma tola,
Jogando conforme às regras
Os deuses podem jogar um dado,
Suas mentes são tão frias quanto gelo
E alguém bem aqui embaixo,
Perde alguém querido
O vencedor leva tudo,
O perdedor tem que cair
É simples e está claro,
Por que eu deveria lamentar?
Mas diga-me se ela beija,
Como eu costumava te beijar?
Mas diga-me se é a mesma coisa,
Quando ela o chama?
Em algum lugar bem profundo,
Você deve saber que eu sinto a sua falta
Mas o que eu posso dizer?
As regras tem de serem obedecidas
Os juízes decidirão,
As coisas boas da minha vida,
Os espectadores do espetáculo,
Sempre ficam quietos
O jogo começa de novo,
Um amigo ou amante?
Uma pequena ou uma grande coisa?
O vencedor leva tudo
Eu não quero conversar,
Se isso te deixa triste
E eu entendo,
Você veio me dar um aperto de mão
Peço desculpas,
Se isso faz você se sentir mal
Ao me ver tão tensa
Sem auto-confiança
Mas você compreende
O vencedor leva tudo...
E o perdedor...
Tem que cair...
Lance um dado...
Frio como gelo...
Bem aqui embaixo...
Alguém querido...
Leva tudo...

Benny Andersson & Björn Ulvaeus


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Oração - Don Miguel Ruiz

Hoje, Criador, ajuda-me a lembrar minha real natureza, que é amor e felicidade.
Ajuda-me a me transformar naquilo que eu realmente sou, e a expressar o que eu realmente sou.

A partir de hoje, ajuda-me a reconhecer cada ser humano como mensageiro seu, com uma mensagem para entregar.

Ajuda-me a enxergar voce na alma de cada ser humano, por trás das máscaras, das imagens que fingimos ser. Hoje, ajuda-me a entregar a mensagem de minha integridade para aquela parte de mim que está sempre emitindo juízos.

Ajuda-me, Deus, a abrir mão de todos os meus julgamentos, de todas essas mensagens
falsas que entrego a mim e a todos a meu redor. Hoje,ajuda-me a recuperar a consciência de minha própria criação como um anjo, e deixa-me usar minha consciência para entregar sua mensagem de vida, sua mensagem de alegria,sua mensagem de amor.

Permita que eu expresse a beleza de meu espírito, a beleza de meu coração, na suprema arte dos humanos: o sonho de minha vida. Amém!

(Don Miguel Ruiz)


O homem deve se lapidar para atingir níveis elevados de seu Ser e assim atingir a PAZ conferida pela Luz.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Devaneios de Tempos Chuvosos

Hoje é um daqueles dias que acho lindo!
Talvez pela minha melancolia, cultivada...
Sinto saudades de tempo bucólicos que não vivi, não vivo ou viverei...
Mas uma saudades remota de uma infância reinventada...
Uma adolescência resignificada...
Um adulto inventado eu sou...
Chove, faz frio e o tempo está cinza...
Adoro chuva, mas quando chove de verdade, também chove dentro de mim...
Não ver as cores do dia, num dia de chuvas, não quer dizer que elas não estejam lá...
Amo cinza, com também as cores primárias...
Descobri que o vermelho usado em minha palheta, não gera o roxo que eu sempre quis...
A luz é fundamental na cor...
A ausência dela, por outro lado, alimenta meu medo...
Mas do que tenho medo!!!
De perder-te, certamente...
O amor é um ingrediente complementar a vida...
Já imaginou um pão sem fermento?
Um risoto que não seja cremoso?
Uma macarronada sem queijo parmesão ralado?
Tenho medo de não sentir medo!
Tenho medo de perder o que me faz amar!
Sua presença, seu cheiro, seu olhar...
Seu sabor, sentar ao seu lado no cinema e encostar minha mão na sua...
Ontem fez sol,
em meio ao frio do inverno...
Hoje chove,
em meio ao medo que tenho de te perder...
Tenho Medo do Medo que dá....
Raniere Pontes

"Todos querem a felicidade,

Ninguém quer sofrer,

Mas você não pode ter um Arco-Íris

Se antes não chover…"

Sheila Costa


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A Canção que o Pai das Estrelas nos Ensinou


O Pai das estrelas nos ensinou a canção dos elementos:

A canção das águas, a canção dos ventos, a canção do fogo e a canção da terra.

Ele nos falou do respeito por todos os seres da natureza, pois o Seu Amor está em todas as coisas e seres.

Na canção das águas correntes, Ele nos ensinou a passagem do tempo e o valor das experiências que passam e a fluência das emoções.

Na canção do vento, Ele nos falou de renovação e do movimento do Invisível que viaja e canta.

Na canção do fogo, Ele nos falou do calor do coração e na incineração das dores do passado.

Na canção da terra, Ele nos ensinou sobre a firmeza necessária para a realização dos objetivos firmados.

O Pai das estrelas ensinou a canção dos elementos da natureza para o povo antigo.

Eles aprenderam as lições das canções e cantaram com o coração.

Os ecos de suas palavras inspiradas ainda ecoam pelos sítios extrafísicos na presença dos espíritos guardiões.

E eles cantam e repassam aos homens de hoje a presença espiritual e os objetivos firmados na Espiritualidade.

Para o Eterno, todos nós, encarnados e desencarnados, somos crianças.
Por isso, Ele ensinou as canções.

Que os homens cantem, com todo coração, a alegria das estrelas nos elementos da criação, e respeitem a Mãe Terra.

P.S.:
Enquanto eu digitava esses escritos, fui inspirado espiritualmente, por um xamã extrafísico, a escrever o seguinte:

"Que o som do chocalho possa dissolver as dores do passado e aliviar o coração.
Que o som dos tambores relembre aos homens da pulsação do coração da Mãe Terra, nossa amiga e protetora.
Que o som da flauta siga com o vento e eleve os espíritos para a morada celestial.
Que o som das águas correntes relembre aos homens de que tudo passa e que o destino de todos é a Casa do Pai Celestial, no mar das estrelas, aonde desembocam todos os espíritos após a corrida da vida.
Que o calor do amor aqueça os corações e inspire às canções que libertam os espíritos das noites trevosas de seus medos.
Que o Amor do Pai das estrelas brilhe em nossas canções de cura e apaziguamento emocional."

Wagner Borges

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Alguém como Você



Eu ouvi dizer que você está estabilizado
Que você encontrou uma garota e agora está casado
Eu soube que seus sonhos se realizaram
Acho que ela lhe deu coisas que eu não lhe dei

Velho amigo
Por que você está tão tímido
Não é a sua cara se conter
Ou se esconder da luz

Eu odeio aparecer do nada, sem ser convidada
Mas eu não pude ficar longe, não consegui evitar
Eu tinha esperança de que você me olhasse e se lembrasse
De que pra mim, não acabou

Não faz mal, eu vou encontrar alguém como você
Não desejo nada além do melhor para você, também
Não me esqueça, eu imploro, eu lembro do que você disse:
Às vezes, o amor dura
Mas, às vezes em vez disso ele fere
Às vezes, o amor dura
Mas, às vezes em vez disso ele fere

Você deveria saber como o tempo voa
Apenas ontem foi o melher tempo das nossas vidas
Nascemos e nos criamos numa neblina de verão
Unidos pela surpresa dos nossos dias de glória

Eu odeio aparecer de repente sem ser convidada
Mas eu não pude ficar longe, não consegui evitar
Eu tinha esperança de que você veria meu rosto e que você se lembraria
De que pra mim não acabou

Não faz mal, eu vou encontrar alguém como você
Não desejo nada além do melhor para você, também
Não me esqueça, eu imploro, eu lembro do que você disse:
Às vezes, o amor dura
Mas, às vezes em vez disso ele fere

Nada se compara, não se preocupe ou se importe
Arrependimentos e erros são produzidos pelas lembranças
Quem poderia adivinhar o gosto agridoce que isso teria?

Não faz mal, eu vou encontrar alguém como você
Não desejo nada além do melhor para você, também
Não me esqueça, eu imploro, eu lembro do que você disse:
Às vezes, o amor dura
Mas, às vezes em vez disso ele fere

Não faz mal, eu vou encontrar alguém como você
Não desejo nada além do melhor para você, também
Não me esqueça, eu imploro, eu lembro do que você disse:
Às vezes, o amor dura
Mas, às vezes em vez disso ele fere
Às vezes, o amor dura
Mas, às vezes em vez disso ele fere

Adele

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Tua Mão em Mim


Você me acorda no meio da noite
e eu que navegava tão distante
cravada a proa em espumas
desfraldados os sonhos
afloro de repente entre as paradas ondas dos lençóis
a boca ainda salgada mas já amarga
molhada a crina
encharcados os pêlos
na maresia que do meu corpo escorre.
Cravam-se ao fundo os dedos do desejo.
A correnteza arrasta.
Só quando o primeiro sopro escapar
entre os lábios da manhã
levantarei âncora.
Mas será tarde demais.
O sol nascente terá trancado o porto
e estarei prisioneira da vigília.

Marina Colasanti

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Eu Sei que a Gente se Acostuma. Mas Não devia.


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(Texto de Marina Colasanti)

O texto acima foi extraído do livro “Eu sei, mas não devia”, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.
Fonte: http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp

Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant’Anna.

“I am in the process of positive change. I am unfolding in fulfilling ways. Only good can come to me. I now express health, happiness, prosperity, and peace of mind." - Louise L. Hay" É melhor tomar uma decisão errada do que criar o hábito da indecisão.

Ainda continuo com a impressão de que o tempo não passou, e as abordagens da escritora e jornalista MARINA COLASANTI são tão atuais...

By Si Arian

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Melhor da Vida

glitters

Você merece o melhor que a vida tem a oferecer. Ninguém é melhor que você ou merece mais que você. Você tem todas as razões para esperar o melhor.


Ter o melhor de tudo requer que você dê o seu melhor. Aproveite a oportunidade que existe em cada momento. Use suas habilidades, seu conhecimento, seus recursos e seu tempo para criar valor. Você está sendo continuamente desafiado.

Constantemente lhe é oferecida a chance de desempenhar o seu melhor e viver à altura do seu potencial. Saiba reconhecer as possibilidades que cada dia lhe oferece.


Mesmo nas piores decepções, existem oportunidades, aprendizado e esperança. Recuse-se a aceitar um "não" como resposta. Você merece o melhor. E você deve isso a si mesmo, para tornar-se ainda melhor.


Esforce-se em cada respiração, cada palavra, cada passo, cada gesto, para corresponder às suas potencialidades. Seja melhor do que ontem, melhor do que há um minuto.

A.A.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Arraste-me


Arraste-me numa caravela,
Numa velha e doce caravela,
Na roda de proa, ou se venta, na espuma,
E me faça naufragar, lá longe, longe.

Na atrelagem de uma outra época.
No aveludado engodo da neve.
No fôlego daqueles cães reunidos.
Na tropa extenuada das folhas mortas.

Arraste-me sem me quebrar, aos beijos,
Sobre os tapetes de palmas e seus sorrisos,
Nos corredores dos ossos longos, e das articulações.

Arraste-me, ou antes sepulte-me.

Henry Michaux

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O Relógio


Você já deve ter notado com certeza, como os ponteiros do relógio se movimentam.

Sempre em frente. Assim devemos nos movimentar, sem olhar para trás, ou tentar reter a caminhada em devaneios que só servem para nos dificultar nas vivências…

Passo a passo caminhamos ao encontro do futuro, na esperança de encontrar um céu cor‑de‑rosa, onde o brilho do sol que desponta, traz a abençoada claridade que norteia as nossas vidas e aquece nossos corações…

Margeando as estradas da vida, seguimos em frente, tentando alcançar com as mãos, aquilo que achamos que nos pertence. O que será que almejamos com tantos anseios?

Será que é a procura de algo indefinível que faz com que nos movimentemos tão aceleradamente, como se não pudéssemos correr o suficiente a fim de alcançar o sonho idealizado, o qual perseguimos como se fosse necessário darmos o nosso último alento?

Ah! Os nossos anseios… São tão grandes, tão poderosos, que nem cabem no coração!

Sim! Podemos ter a certeza de que não é em vão a correria na qual procuramos adaptar nossos passos, como os ponteiros do relógio, indo sempre em frente…

E não é por acaso que isso acontece! É nossa alma que chora, que implora a libertação de dogmas errados, que só dificultam nossos passos, impedindo-nos de enxergar a verdade!

E, no entanto, se olharmos ao redor, iremos perceber como tudo se renova na natureza, como tudo nela se revigora numa transformação constante, tudo ao encontro do sol que aquece, que ilumina!

Ir em demanda de nossos ideais, dos sonhos que acalentam nosso viver, que prodigaliza a certeza de que é possível banhar-se nos sonhos, não é uma quimera irrealizável, mas sim o ímpeto que desperta, que sacode, que empurra nosso ser, impelindo-o a ir em frente, a não esmorecer, a lutar, a fim de que tudo o que é bom dentro de nós mesmos, possa se renovar numa constante movimentação, para bênção de si mesmo, para bênção de toda a humanidade que acalenta os mesmos sonhos!

Por esse motivo, caminhemos sem esmorecer nem vacilar sem parada ou retrocesso, a fim de renovar em nosso ser o anseio pela estrada colorida de mil flores, onde nossos passos seguirão com gratidão e alegria, ao encontro da sonhada e ansiada VERDADE, que iluminará para nós o caminho que conduz aos paramos sublimes, onde os espíritos repletos de felicidade jubilam na alegria de viver em adoração ao nosso Deus e Senhor!!!

Não é uma simples frase a que li numa revista: “PARA FRENTE COM CORAGEM”.

Maria Christina Ferreira Gomes

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Itanhaém Hoje A Pérola É Você

O clima de Carnaval começa a tomar conta de Itanhaém!!!
Com o enredo “A pedra que canta também samba – Itanhaém, hoje a Pérola é você”, a agremiação da Vila Madalena homenagea a segunda cidade mais antiga do País e seus personagens históricos no Carnaval 2012.
A tradição da segunda cidade mais antiga do País será levada para a passarela do samba.
A homenagem que Itanhaém receberá da Escola de Samba Pérola Negra ficará marcada na história do nosso querido Município. Mas não somente pela lembrança dos 480 anos de fundação, e sim, também, por meio do plantio de 300 árvores, que irá representar o chamado Carnaval Carbono Zero, ou seja, o desfile ecologicamente correto que a agremiação levará para o Sambódromo do Anhembi.

Confira abaixo a letra oficial do samba que prestará homenagem a cidade de Itanhaém e sua rica história de 480 anos de fundação:


Rica herança a cintilar
Que em solo brasileiro fez brotar
O colonizador impôs sua maneira
E o índio rezou
Benditas histórias são flores no chão
Aquarela de inspiração
Reluz Amazônia paulista
Traduz a beleza infinita
Canoa de fé, esperança
O pescador não se cansa
“Rio Acima” sempre alcança
O amor do criador

Tá no peito, de quem ama, no brilho do olhar
Gira baiana, vem abençoar
O meu caminho de fé, o povo em devoção
Oh Padroeira Imaculada Conceição

Divina a cidade está em festa
Saudando a bandeira da corte imperial
“Soca no pilão” mantendo a tradição
Perfeição… das belas mulheres de areia
No Paraíso encontrei
O abraço cortês e gente festeira
Na praia… o calor da amizade
Um banho… de felicidade
Presente de Deus, maravilhosa joia rara
Itanhaém meu coração é caiçara

É nessa onda que a Vila Madalena diz no pé
Meu samba no balanço da maré
A Pérola que brilha hoje é você
Pedra que canta o mundo vai te conhecer





Minha arte é fantasia, o carnaval sou eu! (Debret)

Si Arian

O Sábio e o Aprendiz

Certo jovem desejava ser sábio. Um dia ele encontrou um senhor, homem muito sábio e pediu-lhe que ensinasse a sabedoria. O sábio disse: Sim, porém deverás observar-me e quando eu te disser que faça algo, isso tu farás.

O jovem, sedento de conhecimento, firmou o trato com o sábio e passou a observar e esperar a instrução. Os dois foram então visitar uma família, muito pobre, porém muito hospitaleira. A família, apesar de não ter muito, pois tudo o que tinham era uma vaquinha, de onde tiravam todo o seu sustento, serviu os visitantes com muito apreço. O jovem aprendiz viu tudo aquilo e ficou muito admirado com toda aquela hospitalidade e o seu coração estava cheio de alegria, ansioso pela primeira palavra de instrução do mestre. Ao partirem, o sábio então perguntou ao jovem: tu estás preparado para a primeira lição? O jovem eufórico prontamente respondeu que sim. Então disse o sábio: Volta aquela casa, e mata aquela vaca. O jovem ficou perplexo com a palavra do sábio, chocado de tal maneira que pensou em relutar com o mestre, porém ele se lembrou do trato, e mesmo desapontado, fez o que o mestre pedira.

Algum tempo depois o sábio e o jovem voltaram aquela casa e vislumbraram algo muito bom. No lugar onde antes havia pobreza, agora havia fartura e então o jovem pode entender a instrução do sábio. Aquela família estava presa àquela vaquinha, enquanto ela estivesse ali, a família estaria acomodada. Ninguém ali conhecia o próprio potencial até se depararem com aquela dura realidade

*****

Um sábio mestre conduz seu aprendiz pela floresta.
Embora mais velho, caminha com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.

O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro,
e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado.
Sem parar, o sábio mestre dá meia volta
e começa a viagem de volta.

Você não me ensinou nada hoje diz o aprendiz,
levando mais um tombo.

Ensinei sim, mas você parece que não aprende
responde o mestre. Estou tentando lhe ensinar
como se lida com os erros da vida.

E como lidar com eles?
Como deveria lidar com seus tombos responde o mestre.

Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu,
devia procurar aquilo que te fez escorregar.

Devemos procurar a raiz de nossos erros
e nos levantarmos com sabedoria e força.


*****

O Sábio e o Pássaro

Richard Simonetti

Conta-se que certa feita um jovem maldoso e inconseqüente resolveu pregar urna peça em idoso e experiente mestre, famoso por sua sabedoria.

—Quero ver se esse velho é realmente sábio, como dizem — pensou — Vou esconder um passarinho em minhas mãos. Depois, em presença de seus discípulos, vou perguntar-lhe se está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, eu o esmagarei e o apresentarei morto. Se ele falar que está morto eu abrirei a mão e o pássaro voará.

Realmente, uma armadilha infalível, como só a maldade pode conceber.

Aos olhos de quem presenciasse o encontro, qualquer que fosse a sua resposta, o sábio estaria incorrendo em erro.

E lá se foi o jovem mal-intencionado com sua armadilha perfeita.

Diante do ancião acompanhado dos aprendizes, fez a pergunta fatal:

—Mestre, este passarinho que tenho preso em minhas mãos, está vivo ou morro?

O sábio olhou bem fundo em seus olhos, como se examinasse os recônditos de sua alma, e respondeu:

—Meu filho, o destino desse pássaro está em suas mãos.

* * *

Esta história pode ser sugestivo exemplo da maldade humana que não vacila em esmagar inocentes para conseguir seus objetivos.

Será, também, uma demonstração das excelências da sabedoria, a sobrepor-se aos ardis da desonestidade.

Mas é, sobretudo, uma ilustração perfeita sare o destino humano, tão mal definido pelos religiosos em geral.

Consideram muitos que tudo acontece pela vontade de Deus, mesmo a doença, a miséria, a ignorância, o infortúnio...

Essa é a mais flagrante injustiça que cometemos contra o Criador, o pai de infinito amor e bondade revelado por Jesus.

A vida é dádiva divina, mas a qualidade de vida será sempre fruto das ações humanas.

Segundo os textos bíblicos, fomos criados à imagem e semelhança de Deus.

Filhos de Deus, o que caracteriza nossa condição é o poder criador que exercitamos como recurso dessa alavanca poderosa que se chama vontade.

Exercitando a vontade temos o poder de moldar nosso destino e de influenciar sobre o destino daqueles que nos rodeiam.

Há os que não vacilam em esmagar a Vida para alcançar seus objetivos, envolvendo-se com a ambição e a usura, a agressividade e a violência, a mentira e a desonestidade, o vício e o crime.

E há os que libertam a Vida, estimulando-a a ganhar as alturas, mãos abertas para a solidariedade.

Entre essas duas minorias, que se situam nos extremos, temos a maioria que não é má, mas não assume compromisso com o Bem.

Por isso, o mal no Mundo está muito mais relacionado com a omissão silenciosa dos que se acreditam bons, mas não desenvolvem nenhum esforço para evitar que os maus façam barulho.

Isso está bem claro na questão 932, de “O Livro dos Espíritos”:

Por que, no Mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?

Observe, leitor amigo, o alcance da resposta, uma das mais contundentes da Codificação:

Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.

Poderíamos acrescentar que a omissão dos bons favorece ainda que as pessoas se envolvam com o mal, por que ninguém as ajuda, nem ampara, nem orienta, nem as atende em suas carências e necessidades.

* * *

Algum progresso tem sido alcançado.

Fala-se muito, na atualidade, sobre cidadania.

Ser cidadão é estarmos conscientes de nossos direitos.

É lutarmos por eles, a partir dos elementares direitos à saúde, à educação, à habitação e, sobretudo, o inalienável direito à vida.

É um passo importante.

Podemos melhorar as condições de vida de uma sociedade, trabalhando pelos direitos humanos.

Mas há outro passo, bem mais importante:

É preciso assumir deveres, particularmente o dever fundamental de exercitar a solidariedade, vivenciando a lição maior de Jesus: prestar ao semelhante todo benefício que gostaríamos de receber dele se sofrêssemos suas carências.

* * *

A mão que liberta o homem da doença, da miséria, da ignorância, do infortúnio, para que a Vida ganhe as alturas, deve ser a filosofia de trabalho de todo Centro Espírita e, por extensão, de todos os espíritas.

A Doutrina Espírita deixa bem claro que não podemos nos omitir diante das misérias humanas.

É preciso fazer algo pelo semelhante.

O destino de nossa sociedade é o somatório de nossas ações.

Não se faz uma sociedade boa se, a par do exercício de cidadania, não houver o cultivo da solidariedade.

E aqueles que participam, que se dedicam a esse mister, logo fazem uma descoberta maravilhosa.

No empenho de ajudar o próximo, libertam-se das inquietações e angústias que afligem o homem comum, preso ao egoísmo.

Ajudando alguém a erguer-se de suas misérias, pairam acima das inquietações humanas.

Contribuindo para clarear sendas alheias, iluminam o próprio caminho...

E influenciando para o bem o destino de seus irmãos, percebem, deslumbrados, que encontraram sua gloriosa destinação.
Revista Reformador - Março - 1998

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O Sábio, o Aprendiz e a Poção Mágica - Histórias de uma cidade

Naquela cidade havia um homem de idade avançada e conhecimentos vastos. Era notado pela sua inteligência mas sobretudo pela sua capacidade de memorizar o conhecimento. Como já estava a ficar velho decidiu entregar o seu legado. Como não tinha descendencia aperfilhou um menino de rua. Procurou o mais vivaço, acolheu-o, deu-lhe carinho, alimentou-o e acima de tudo ensinou-o. O menino aprendeu a matemática de Pitagoras e Descartes; a fisica de Newton e Einstein; a quimica de Lavoisier e Mendeleev; descobriu a origem do mundo com Darwin; viu os astros como Galileu; aprendeu a falar inglês com Shakespeare; filosofou como Platão e Kant; debateu-se de ideais politicos com Karl Max; desafiou a arquitectura de Rafael.
O menino estava maravilhado com as portas que lhe abriam. Um dia o sábio encontrou-o triste. Aparentemente o menino sentia-se incapaz de armazenar mais conhecimento. O ancião estendeu-lhe um caldo quente e explicou-lhe: Esta é uma poção mágica. Não mágica do ponto de vista sobrenatural mas uma poção medicinal mágica. Permitirá que o teu cérebro fique ávido de saber e não conhecerás limites para o teu conhecimento. Ensinar-te-ei a fazê-la. Precisamos de uma folha de uma planta rarissima da qual apenas tenho conhecimento de um único pé.
O menino era agora feliz. Tomava a poção e aumentava o seu saber. Recitava poetas de cor, conhecia todos os textos sagrados de todas as religiões, conhecia a história de todos os mundos, sabia identificar todas as espécies, calculava mentalmente o mais dificil problema da fisica ou da matematica.
Começou a frequentar as festas da alta sociedade para as quais era muito solicitado. Maravilhava as jovens com a demonstração da sua sabedoria. Ele exibia-se e sentia-se vaidoso.
De dia para dia aumentava a sua obsessão pelo saber e sem dar conta consumiu a planta ate à sua ultima raiz.
A partir desse dia e sem a ajuda da poção não conseguiu nunca mais aumentar o seu conhecimento. O sábio agastado pela idade e infeliz com o sucedido desistiu de lutar pela vida. Toda a dedicação de uma vida centenária destruida pela vaidade e pelo egocentrismo. Ele que tinha confiado o seu legado da mesma forma que os antepassados lhe haviam deixado via agora o fim. Suspirou triste antes de morrer.
Revoltado com a sua imprudencia o menino, agora homem, usou das suas influencias junto da alta sociedade para obter o maximo de papel e tintas possivel. Foram dizimadas florestas, multiplicaram-se as plantações de Cannabis Sativa para que nunca lhe faltasse esse precioso bem. Passou o resto da sua vida registando no papel todos os conhecimentos que tinha obtido para que todos pudessem aceder a ele. Quando completou o indice de tão vasta biblioteca escreveu: Desprezo o poder do conhecimento para a humanidade quando usado com cega ambição e vaidade.
Esteves

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Palco da Vida


Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá à falência.

Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer "eu te amo". É ter humildade da receptividade.

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz... E, quando você errar o caminho, recomece, pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.

Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.

Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia vou construir um castelo!

Fernando Pessoa




Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935) nasceu em Lisboa, partindo, após o falecimento do pai e o segundo casamento da mãe, para a África do Sul. Freqüentou várias escolas, recebendo uma educação inglesa.

Regressa a Portugal em 1905, fixando-se em Lisboa, onde inicia uma intensa atividade literária. Simpatizante da Renascença Portuguesa, rompe com ela e, em 1915, com Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e outros, esforça-se por renovar a literatura portuguesa através da criação da revista Orpheu, veículo de novas idéias e novas estéticas.

Devido à sua capacidade de «outrar-se», cria vários heterônimos (Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares, etc.), assinando as suas obras de acordo com a personalidade de cada um.

Colabora em várias revistas, publica em livro os seus poemas escritos em inglês e, em 1934, ganha o concurso literário promovido pelo Secretariado de Propaganda Nacional, categoria B, com a obra "Mensagem", que publica no mesmo ano. Faleceu prematuramente em 1935, deixando grande parte da sua obra ainda inédita.

Fernando Pessoa foi o principal escritor do Modernismo. É considerado um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos e uma das figuras mais singulares e complexas da literatura portuguesa.

Aos cinco anos, ficou órfão de pai; sua mãe se casou dois anos depois, com um militar que, nomeado cônsul na África do Sul, levou para lá a família. Pessoa permaneceu dez anos em contato íntimo com a cultura inglesa, dominando a língua inglesa tanto quanto a materna. Lá, cursou o primário e o secundário.

De volta a Lisboa, matriculou-se no curso de Letras, mas não o concluiu. Viveu com a avó paterna e as tias.
Na década de 10, participou de algumas revistas, como A Águia, e entrou em contato com a vanguarda européia. Em 1914, publicou poemas na revista A Renascença.

Sua versatilidade levou-o à criação dos heterônimos de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, dos quais inventou biografias distintas e cujas poesias são, na forma e no conteúdo, outras vozes de que se valeu para transmitir a heterogeneidade de sua riqueza interior.

Fernando Pessoa, "ele mesmo" é lírico, melancólico, angustiado e transcendente; Alberto Caeiro é rude, simples, humilde; Ricardo Reis é clássico, conciso, abstrato; Álvaro Campos é sensacionalista, entusiástico, exaltador da modernidade.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Paz Profunda


Havia um Rei que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de captar em uma pintura a Paz Profunda.

Muitos artistas apresentaram suas telas.

O Rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele realmente gostou e teve de escolher entre ambas.

A primeira era um lago muito tranqüilo. Este lago era um espelho perfeito onde se refletiam plácidas montanhas que o rodeavam. Sobre elas encontrava-se um Paraíso muito azul com tênues nuvens brancas.

Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a Paz Profunda.

A segunda pintura também tinha montanhas. Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um Paraíso tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com relâmpagos e trovões. Montanha abaixo parecia retumbar uma espumosa torrente de água. Tudo isto se revelava nada pacífico.


Mas, quando o Rei observou mais atentamente, reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, em meio ao ruído da violenta turbulência da água, estava um passarinho placidamente sentado no seu ninho... Em Profunda Paz!

O Rei escolheu a segunda tela e explicou: — PAZ PROFUNDA não significa estar em um lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo para realizar ou livre das dores e das tentações da encarnação. PAZ PROFUNDA significa que, apesar de se estar em meio a tudo isso, permanecemos calmos e confiantes no SANTUÁRIO SAGRADO do NOSSO CORAÇÃO. Lá encontraremos a Verdadeira PAZ PROFUNDA. Em SILENCIOSA MEDITAÇÃO.
 

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