quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Tua Mão em Mim


Você me acorda no meio da noite
e eu que navegava tão distante
cravada a proa em espumas
desfraldados os sonhos
afloro de repente entre as paradas ondas dos lençóis
a boca ainda salgada mas já amarga
molhada a crina
encharcados os pêlos
na maresia que do meu corpo escorre.
Cravam-se ao fundo os dedos do desejo.
A correnteza arrasta.
Só quando o primeiro sopro escapar
entre os lábios da manhã
levantarei âncora.
Mas será tarde demais.
O sol nascente terá trancado o porto
e estarei prisioneira da vigília.

Marina Colasanti

Um comentário:

  1. Só quando o primeiro sopro escapar
    entre os lábios da manhã
    levantarei âncora.
    Mas será tarde demais.
    O sol nascente terá trancado o porto
    e estarei prisioneira da vigília.

    Lindo e muito profundo. Ótima escolha amiga.

    Beijos,

    Furtado.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”
(Antoine de Saint-Exupery).

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