sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Tempo


Um autor desconhecido escreveu certa vez que a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros sentimentos habitavam uma pequena ilha. Certo dia, foram avisados que essa ilha seria inundada. 

Preocupado, o Amor cuidou para que todos os outros se salvassem, falando: 

Fujam todos, a ilha vai ser inundada. 

Todos se apressaram a pegar seu barquinho para se abrigar em um morro bem alto, no continente. Só o Amor não teve pressa. Quando percebeu que ia se afogar, correu a pedir ajuda. 

Para a Riqueza apavorada, ele pediu: Riqueza, leve-me com você. 
Ao que ela respondeu: Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e não tem lugar para você.

Passou então a Vaidade e ele disse: Dona Vaidade, leve-me com você... 
Sinto muito, mas você vai sujar meu barco. 

Em seguida, veio a Tristeza e o amor suplicou: Senhora Tristeza, posso ir com você? 
Amor, estou tão triste que prefiro ir sozinha. 

Passou a Alegria, mas se encontrava tão alegre que nem ouviu o amor chamar por ela. 

Então passou um barquinho, onde remava um senhor idoso, e ele disse: 
Sobe, Amor, que eu te levo. 

O amor ficou tão feliz, que até se esqueceu de perguntar o nome do velhinho. 

Chegando ao morro alto, onde já estavam os outros sentimentos, ele perguntou à sabedoria: 
Dona Sabedoria, quem era o senhor que me amparou? 
Ela respondeu: O Tempo. 
O Tempo? Mas por que ele me trouxe aqui? 
Porque só o tempo é capaz de ajudar e entender um grande amor.

*   *   *

Dentre todos os dons que a Divindade concede ao homem, o tempo tem lugar especial. É ele que acalma as paixões indevidas, ensinando que tudo tem sua hora e local certos.

É ele que cicatriza as feridas das profundas dores, colocando o algodão anestesiante nas chagas abertas.

É o tempo que nos permite amadurecer, através do exercício sadio da reflexão, adquirindo ponderação e bom senso.

É o tempo que desenha marcas nas faces, espalha neve nos cabelos, leciona calma e paciência, quando o passo já se faz mais lento.

É o tempo que confirma as grandes verdades e destrói as falsidades, os valores ilusórios.

O tempo é, enfim, um grande mestre, que ensina sem pressa, aguarda um tanto mais e espera que cada um a sua vez, se disponha a crescer, servir e ser feliz.

E é o tempo, em verdade, que nos demonstra, no correr dos anos, que o verdadeiro amor supera a idade, a doença, a dificuldade, e permanece conosco para sempre.

*   *   *

Neste mundo, tudo tem a sua hora. Cada coisa tem o seu tempo.

Há o tempo de nascer e o tempo de morrer. Tempo de plantar e de colher. Tempo de derrubar e de construir.

Há o tempo de se tornar triste e de se alegrar. Tempo de chorar e de sorrir. Tempo de espalhar pedras e de juntá-las.

Tempo de abraçar e de se afastar.

Há tempo de calar e de falar. Há o tempo de guerra e o tempo de paz. Mas sempre é tempo de amar.

Redação do Momento Espírita, com base no texto História de amor, de autoria
desconhecida e no cap. 3, versículos 1 a 8 do livro Eclesiastes, da Bíblia, ed. Paulinas.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 09.03.2009.

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